quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Pescador Simão Corneta

O Pescador Simão Corneta
A lenda diz que em Manga havia um pescador com o nome de Simão Corneta. Muito pobre, casado e com muitos filhos, que ficavam em casa famintos por muitos dias.
Certo dia saiu para pescar. Em cima do rancho apanhou o remo e as linhas; encheu a cumbuca de isca, benzeu-se ante sde entrar na canoa e remou rio abaixo ouvindo os barulhos das aves. Para espantar as moscas acendeu o seu cachimbo de barro.
Chegando na barra do Rio Verde Grande encontrou outros pescadores que esperavam pegar surubis de 70 quilos para cima. Iam dias, vinham noites e nada de peixes. Depois de quatro dias de tentativas resolveu entrar no rancho de um velho pescador que ele chamava de tio Ciríaco. Deitou-se no banco da sala e adormeceu profundamente. Mais tarde Ciríaco e sua velha mulher passaram a observar o pobre pescador que fingia dormir. A mulher perguntou ao velho qual seria a razão do insucesso de Simão Corneta. Ciríaco respondeu que Simão não conhecia os segredos do Rio São Francisco. A velha pediu a Ciríaco que revelasse ao pobre pescador os segredos o que recusou dizendo ser perigoso para Simão Corneta que sendo jovem e belo não resistiria os tentadores encantos da Mãe-d'água. Revelou apenas que a Mãe d'água gostava de aparecer à meia-noite sobre uma pedra lisa e que era preciso ter coragem, jogar fumo para trás e correr para ela não pegar.
Simão achou que o velho Ciriáco era bem sucedido nas suas pescarias por causa das graças da Mãe-dágua e que já tinha posse do segredo. Acabou com o fingimento de sono e levantou-se. Depois de comer peixe com pirão, despediu-se do casal de velhos e pôs-se a remar rio acima. O velho Ciríaco ficou preocupado vendo Simão Corneta, sem o segredo, cada vez mais distante e a noite cada vez mais próxima.
A lua clareou o rio que parecia uma avenida de prata e era meia-noite; um vento soprou forte; um galo cantou; vozes humanas e rumores de animais aproximavam e Simão nada compreendia. De repente apareceu em cima dágua uma casa branca como o algodão. Seu telhado era de escamas de peixe; as janelas de ouro e as paredes de prata. Daquele palacete saiu a Mãe-dágua. Assentou-se na pedra lisa penteando seus longos cabelos com um pente de ouro.
Simão ficou ali contemplando aquela maravilha até que a Mãe-dágua se adormeceu deixando o pente de lado. Corneta pensou, então, levar o pente com ele e foi como um gato até a pedra lisa. Quando conseguiu colocar a mão no pente a Mãe-dágua deu grito agudo, muito alto e desapareceu levando Simão em seu palacete.







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